“É preciso mudar”, diz secretária sobre reestruturação do Ensino Médio


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“Sou favorável a essas mudanças, tenho dados que comprovam que os alunos pioraram em proficiência nos últimos 20 anos”, diz a secretária de Educação de Mato Grosso do Sul, Maria Cecília Amendola da Motta, sobre o novo modelo de Ensino Médio proposto pelo presidente Michel Temer (PMDB) através de MP (Medida Provisória) que deve ser publicada na próxima semana.

 

Entre as principais modificações está a ampliação da educação em tempo integral, cuja carga horária diária passaria a ser de 7 horas. Português e matemática serão os dois únicos componentes curriculares obrigatórios nas áreas de ensino. E os alunos poderão escolher as disciplinas que irão cursar de acordo com seus objetivos de formação.

 

Segundo Maria Cecília, essa reestruturação tem sido discutida há alguns anos. “Nós estamos debatendo isso há muito tempo. Eu andei o estado inteiro ano passado discutindo a educação. Nós temos que pensar no ensino médio, a proficiência caiu. É preciso mudar. O conselho de secretários de educação desde 2012 tem uma equipe discutindo isso”.

 

Sobre a ampliação da carga horária diária, a secretária de Educação diz que “a educação em tempo integral tem sido discutida exaustivamente e está inclusa no Plano Nacional de Educação”. Além disso, esse é uma dos motivos que fazem as mudanças serem necessárias, pois afeta diretamente na questão da evasão escolar. “Os alunos abandonam a escola, e não é para trabalhar, é porque as escolas não os atraem. Colocar em dois períodos a mesma coisa, aí é que a evasão vai ser maior”.

 

Um dos pontos mais polêmicos da Medida Provisória seria a exclusão de algumas disciplinas – Artes, Educação Física, Filosofia e Sociologia – dos componentes curriculares obrigatórios nos três anos do ensino médio. A secretária Maria Cecília, porém, descarta esta informação. “Dentre as 4,2 mil horas totais, 1,2 mil serão dedicadas ao conteúdo obrigatório definido pela Base Nacional Comum Curricular, que deve incluir todas as matérias”.

 

No restante da carga horária, os alunos poderão escolher as disciplinas de acordo com as áreas de ensino que pretendem seguir: linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas - modelo usado também na divisão das provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) - e formação técnica e profissional.

 

“O principal protagonista dessa lei é o aluno, o estudante. Ele vai fazer sua trilha. O ministro da educação mostrou exemplos de lugares como Inglaterra, França, Finlândia e Coreia do Sul, países onde a base comum é dada no primeiro ano. Depois o aluno escolhe o caminho que deseja trilhar. Aí não são obrigatórias todas as matérias, ele segue por área e não mais por disciplina”, explica a secretária de Educação, Maria Cecília.

 

A partir de 2017 - A expectativa é de que essas mudanças comecem a ser aplicadas a partir de 2017, de acordo com a capacidade de cada rede de ensino. Segundo o ministro da Educação, Mendonça Filho, não há prazo de implementação para a reforma, mas a primeira turma deve ingressar no novo modelo em 2018.

 

Desempenho ruim - A reforma do Ensino Médio passou a ser priorizada pelo governo depois que o Brasil não conseguiu, por dois anos consecutivos, cumprir as metas estabelecidas para essa etapa da formação. Dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que mede a qualidade do ensino no país, mostram que o ensino médio é o que está em pior situação quando comparado às séries iniciais e finais da educação fundamental: a meta para 2015 era nota 4,3, mas o índice ficou em 3,7.


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