Acusado de estuprar e matar menino Kauan vai para audiência

Audiência foi agendada pelo juiz titular da 7ª Vara Criminal da Capital


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A primeira audiência de instrução de julgamento de Deivid Almeida Lopes, 38 anos, acusado de ter estuprado, matado e esquartejado o menino Kaun Andrade Soares dos Santos, 9 anos - desaparecido desde 25 de junho deste ano - será hoje, às 13h30min, no Fórum de Campo Grande. 

 

O desfecho sobre o caso foi divulgado pela Polícia Civil, em uma coletiva de impensa, no dia 25 de agosto, após dois meses do desaparecimento do garoto. As investigações apontaram que Kauan morreu por asfixia enquanto era estuprado, foi violentado sexualmente em grupo mesmo depois de morto e acabou esquartejado duas vezes para que o corpo nunca fosse encontrado. 

 

Lopes - que se identificava como professor - por já ter dado aulas - é apontado como principal responsável pela bárbarie. Ele morava no Bairro Coophavilla II, e de acordo com a Polícia Civil, explorava e prostituía menores em situação de vulnerabilidade. Foram identificadas pelo menos dez vítimas. Ele foi indiciado por três estupros de vulnerável, cinco casos de exploração sexual, um de corrupção de menor, ocultação de cadáver e posse de material pornográfico.

 

Inicialmente agendada para o dia 18 de dezembro, o juiz Marcelo Ivo de Oliveira - da 7ª Vara Criminal de Campo Grande -, decidiu antecipar a audiência após rejeitar o pedido da defesa do professor, de absolvição. Isso porque, de acordo com o magistrado, mesmo sem exame de corpo de delito - já que o corpo do garoto nunca foi encontrado - há provas suficientes para materializar o crime, pois foram encontrados vestígios de sangue e outros materiais no carro de Lopes. Porém ainda é aguardado o resultado do exame de DNA que deve confirmar se são ou não de Kauan.

 

CASO

 

No dia 25 de junho, Kauan saiu de casa, no Jardim Colorado, acompanhado de dois amigos. Eles foram para a região da Coophavilla II, onde havia uma festa, para cuidar de carros. Nascidos em lares pobres, frequentavam a rua e costumavam fazer “bicos” em troca de esmolas. Naquela noite, após serem intimidados por um mototaxista que ameaçou chamar a polícia, os amigos foram embora e deixaram

 

Kauan sozinho no local. Ele se encontrou com o adolescente de 14 anos que já conhecia, porque ambos costumavam frequentar a casa do professor, localizada na Rua da Praia, na Coophavilla II. E para lá eles foram juntos. Informações apontam que este adolescente era abusado desde os 10 anos.

 

Apesar de ser identificado como professor, o investigado vinha atuando como comerciante informal. Ele tinha uma banca de venda de capas de celulares na feira do bairro, pois que desta maneira se aproveitava para conhecer menores em situação de vulnerabilidade, para lhes oferecer dinheiro em troca de favores sexuais. 

 

Na casa, o professor recebeu Kauan e o menor, como de costume. Outros dois adolescentes, de 14 e 16 anos, também foram à residência por conta própria, porque queriam dinheiro para a festa que acontecia Coophavilla. Porém, quando chegaram ao imóvel, foram orientados pelo morador que chamassem outro amigo deles, de 15 anos, para participar, e que assim seriam recompensados. Estes aceitaram a proposta e saíram. 

 

Com base nos relatos feitos durante a investigação, enquanto os dois adolescentes iam buscar o amigo, Kauan passou a ser abusado pelo professor. Em razão da dor, começou a gritar, momento em que o adolescente de 14 anos que presenciava a violência foi obrigado a segurá-lo pelos braços, equanto o homem lhe tapava a boca e o nariz para abafar os gritos. A suspeita é de que Kauan tenha morrido durante o ato, por asfixia.

 

Os demais chegaram logo em seguida, quando o menino já tinha morrido, e todos eles foram obrigados a violar o corpo, no quarto, sob ameaças do professor armado”, pontuou Aline - o revólver foi localizado a apreendido.

 

Dando sequência à crueldade, o homem retirou o corpo do quarto e levou para a cozinha, passando pela sala, onde o esquartejou. Depois, colocou no carro e obrigou todos os adolescentes a entrar. O homem foi até à ponte do cruzamento da Rua Ezequiel Ferreira de Lima com a Avenida Thyrson de Almeida (prolongamento da Avenida Presidente Ernesto Geisel), onde deixou o corpo sobre uma pedra às margens do córrego, dentro de um saco preto. Ele levou cada um dos menores embora, dizendo que, caso contassem para alguém, seriam mortos. Por fim, retornou ao córrego, pegou o corpo e esquartejou novamente na casa.

 

A história foi descoberta depois que a família registrou boletim de ocorrência por desaparecimento de Kauan, no dia 27 de junho. Quase um mês depois, a Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA) chegou ao adolescente que teria ido com a vítima para a casa do autor. Aos poucos os fatos vieram à tona, principalmente depois que foi anunciada a presença de mais três menores no local e que eles confirmaram as versões. 

 

Na casa foi feita perícia minuciosa com luminol por parte do Instituto de Criminalística (IC). Segundo Marcelo Pereira de Oliveira, diretor do IC, a substância consegue detectar vestígios de sangue mesmo após limpeza com produtos químicos. Foram colhidas amostras no quarto, na sala, na cozinha, no carro e em um cômodo anexo aos fundos do imóvel. O material foi encaminhado para o Instituto de Análises Laboratoriais Forenses (Ialf), onde foi confrontado com amostras da mãe de Kauan. 

 

De acordo Josemirtes Prado da Silva, diretora do Ialf, os primeiros resultados foram inconclusivos, mas troxeram dados importantes. Havia vestígios de sangue de duas pessoas do sexo masculino e uma delas era compatível com genes da mãe de Kauan, o que já deixa a polícia mais próxima de seu objetivo. Entretanto, serão feitas novas análises, a fim de esgotar todas as possibilidades.

 

No tapete havia sangue que corresponde 100% a um dos irmãos da vítima, que teria estado no local em outra ocasião, mas o jovem nega. Apesar de não haver corpo, estes dados, junto com os depoimentos, formam a materialidade dos fatos., foi violentado sexualmente em grupo mesmo depois de morto e acabou esquartejado duas vezes para que o corpo nunca fosse encontrado. 


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