Em MS, comitiva pantaneira explora experiências inéditas onde turista vira peão por um dia

Novo roteiro turístico propõe cavalgada tocando o gado e imersão completa na cultura pantaneira


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TOPMIDIA NEWS

Cavalgar pelas áreas alagadas do Pantanal, conduzir o gado por estradas de chão, experimentar a maravilhosa culinária pantaneira, um mergulho completo na cultura sul-mato-grossense, que possui influências paraguaias, indígenas e da região sul do país em uma combinação única que só é possível encontrar no Estado. Assim podemos descrever a comitiva pantaneira, novo roteiro turístico para quem pretende conhecer o Pantanal.

 

É na cidade de Miranda, a 212 quilômetros de Campo Grande, que começa nossa aventura. A primeira parada acontece na pousada Pioneiro, na BR-262, que dá acesso ao município conhecido como principal destino dos pescadores em Mato Grosso do Sul. Lá, é possível encontrar o maravilhoso milk-shake de bocaiúva, uma criação regional que ganhou vários prêmios de culinária e foi eleito patrimônio imaterial de Miranda.

 

O sabor é magnífico e já foi tema até de reportagem do Gshow, exibido pela TV Globo, mas não é nem de longe a única surpresa que a pousada reserva. Em uma cabana pequena, separada dos quartos, é possível entrar em um túnel do tempo e visitar um pequeno museu da mobília rural da década passada. Do fogão à lenha ao ferro de passar a carvão, o tour fica completo com as vestimentas de peão e os lampiões pendurados em pontos estratégicos.

 

Em frente à pequena cabana, ficam dispostas várias mesas com decoração simples, mas cuidadosa nos pequenos detalhes. Logo mais, a partir das 18h, começa o bailão de mais uma atração regional: a noite pantaneira. A festa é animada, com muito chamamé e vanerão, e mesmo quem não sabe dançar é levado pelo ritmo e arrisca alguns passos. Professores convidados e até os próprios funcionários ajudam quem deseja participar e não sabe como.

 

A noite pantaneira é cheia de atrações. Além da música ao vivo, índios Terena falam um pouco sobre a própria cultura e mostram um pouquinho da dança do bate-pau, típica comemoração de vitórias na tribo local. Na sequência, um peão pra lá de simpático entra com seu cavalo, o Ventania, e fala sobre as tradições pantaneiras, além dos trajes e equipamentos particulares.

 

É tereré, armada, pelego, rédeas e paixão. Com versos e prosas, o peão conduz o turista pelas nuances do jeitinho caipira e ensina um pouquinho mais sobre as riquezas de Mato Grosso do Sul. Depois, quem quiser montar no cavalo ou tocar o berrante – pelo menos tentar, já que é preciso habilidade – se sente à vontade com a simpatia do pantaneiro, que tira dúvidas e ajuda os aspirantes a cavaleiros e amazonas a ter o primeiro contato com o animal.

 

O toque final é arrasador: um jantar feito exclusivamente com comidas típicas do Pantanal. É um carreteiro feito ao ar livre, com aquela mandioca cozida que não pode faltar, e o macarrão tropeiro que só de olhar dá água na boca. E não faltam produtos de fazenda. A sobremesa consegue ser ainda mais incrível. É doce de leite, rapadura, doce de mamão e de goiaba, requeijão, queijadinha e surpresas que só indo lá para ver.

 

Comitiva

E se o turismo é de experiência, tocar em um cavalo e aprender um pouco mais das tradições é apenas um pouquinho da vivência da cultura pantaneira. Pode ser sul-mato-grossense ou de outro Estado, talvez outro país e até continente, a certeza de uma aventura inigualável é incontestável se o turista topar continuar o programa participando de uma comitiva pantaneira.

 

Se você foi encantado pela cultura de Mato Grosso do Sul, não tem jeito, vai madrugar para a segunda parada de nossa aventura. Acordar bem cedinho e partir para a fazenda Hi Fish, na zona rural de Miranda. É lá que começamos a nossa comitiva, que vai atravessar 25 quilômetros de estrada de chão, áreas alagadas e muito mato para chegar à fazenda 23 de Março, onde um maravilhoso churrasco nos espera para coroar a experiência.

 

Pode ser experiente ou nunca ter subido em um cavalo na vida, a sensação é incrível e o caminho, que parece infinito, passa até rápido demais. A Hi Fish é especializada em piscicultura e, nesta fazenda, os aventureiros de plantão podem montar em seu cavalo e atravessar o redondel – espaço destinado à adaptação entre animal e cavaleiro – para se acostumar às rédeas e ao companheiro de viagem.

 

A reportagem fez o trajeto no lombo de Apolo, um puro sangue de pelagem branca, que além de belo era muito mansinho, amigo da turista que não sabia nem mesmo o que era uma sela. O passeio é belo, com vegetação e avistamento de animais, além de explicações sobre as lendas e tradições dos peões pantaneiros. No kit sobrevivência, uma matula recheada com água, frutas e castanhas, uma camisa de manga cumprida para enfrentar o tempo e, claro, um belo chapéu de palha.

 

O caminho é cheio de surpresas e desafios, como a passagem pelas áreas alagadas, os desvios dos mata-burros – pequenos estrados que funcionam como pontes e evitam que o gado fuja –, encontro com caixas de marimbondos e um almoço pantaneiro, feito em meio ao relento com as comidas típicas da região. É como se você fosse o peão e essa a sua recompensa pelo bom trabalho pela caminhada.

 

O encontro com os bois é mágico. Quase faltam palavras para descrever. Estar em meio à boiada pode até ser costumeiro para quem está na lida das fazendas, mas se transforma em encantamento para quem está acostumado com o dia a dia na cidade. Correr atrás do gado que acaba fugindo faz você se sentir importante, como se aquele fosse realmente seu trabalho e os animais dependessem de você para continuar em segurança.

 

 

A aventura termina na fazenda 23 de Março com um delicioso churrasco e um bailão animado. Mais uma vez a culinária local se destaca pelo sabor, tudo feito em um fogão de lenha idoso – um senhorzinho de 30 anos de idade. E se quiser estender a experiência ainda é possível dormir na fazenda e fazer um safári pelo Pantanal sul pela manhã. E se Pantanal é momento, toda viagem é uma experiência diferente com as mudanças da paisagem.

 


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