28 anos sem Arthur Ashe, a lenda do tênis que usou o esporte para lutar por um mundo mais igual

Primeiro campeão do US Open, tenista ficou marcado pela luta contra o racismo, o ativismo social e a busca pela cura do vírus da AIDS, contraído por ele em uma transfusão de sangue


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GLOBO ESPORTE

Há 28 anos, o esporte perdia um de seus ícones mais representativos. Nascido na cidade de Richmond, na Virgínia, núcleo do racismo norte-americano durante a Guerra Civil, Arthur Ashe não só ousou praticar tênis, um esporte extremamente elitista, como se tornou um grande campeão.


Não à toa, ele dá nome ao maior estádio de tênis do mundo, em Nova Iorque, onde é disputado o US Open, torneio que Ashe foi o primeiro campeão, em 1968. Além do Aberto dos Estados Unidos, Ashe venceu também Grand Slams na Austrália e Wimbledon, este último em uma final épica contra o compatriota Jimmy Connors.

 

Mas o real legado de Arthur Ashe está muito além das quadras. O tenista sempre se destacou pela voz ativa contra a discriminação racial e pelos movimentos sociais, chegando a ser detido duas vezes em manifestações nos EUA.
A primeira vez foi em janeiro de 1985, quando protestava contra o Apartheid, na embaixada da África do Sul, em Washington. A segunda em 1992, em frente à Casa Branca, em protesto pacífico contra a política americana de extradição de refugiados haitianos.

 

Em 1973, após anos tentando disputar competições na África do Sul, que vivia sob o violento regime de segregação do Apartheid, Ashe finalmente recebeu uma liberação do governo sul-africano para jogar em Joanesburgo. Vivendo intensa pressão política e econômica, o governo local via na presença de Ashe uma possibilidade de aliviar as sanções internacionais sofridas.


Porém, grande estrela do tênis na época, Ashe impôs a seguinte condição para jogar na África do Sul: os assentos do Ellis Park, normalmente segregados, deveriam estar integrados, sem separar os negros dos brancos. O pedido de Ashe foi aceito e ele se tornou o primeiro negro a disputar a competição. A maior vitória do torneio já havia sido conquistada, mas Ashe ainda chegou à final de simples e ganhou o título nas duplas.
 
 

 

Ashe encerrou a carreira em 1980 e oito anos depois descobriu que havia contraído o vírus da AIDS, durante uma das transfusões de sangue que precisou fazer, em decorrência de duas cirurgias no coração. Desde então, ele dedicou o restante de sua vida a orientar as pessoas sobre o HIV e a fomentar pesquisas em busca da cura da AIDS.
 

 

No dia 6 de fevereiro de 1993, Arthur Ashe morreu, aos 49 anos, em função de complicações provocadas pela AIDS. Sua vida e obras deixam nítidos que o esporte, muito além de qualquer glória ou qualquer troféu, foi apenas uma ferramenta para a verdadeira transformação que Ashe provocou através de sua luta.
 
Para entendermos o real tamanho dessa lenda, podemos voltar a 1990, no encontro de Ashe com Nelson Mandela, nos Estados Unidos, logo depois da libertação de Mandela. Após 27 anos preso, o líder sul-africano desejava conhecer o atleta que tanto defendeu os direitos do seu povo. E as palavras de Mandela naquele dia resumem perfeitamente o que foi a vida de Arthur Ashe:
 


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