Sem indicar vice, Bolsonaro é aclamado candidato e prega “união”


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JOVEM PAN

Sem anunciar seu vice, o deputado federal Jair Bolsonaro foi oficializado neste domingo (22) como candidato à Presidência da República durante a convenção nacional do Partido Social Liberal (PSL) no Rio de Janeiro, reduto eleitoral do parlamentar.

 

Durante longo discurso, Bolsonaro amenizou o discurso em alguns pontos, chegando a pregar a “união entre homos e héteros, trans também”. Mas, em outros momentos, reforçou seu posicionamento conservador, recitando passagem da Bíblia e elogiando o golpe militar de 1964. Segundo as estimativas de seus partidários, havia cerca de três mil pessoas presentes no centro de convenções. Elas ovacionaram Bolsonaro com gritos de “Mito!”, “Eu vim de graça!” e “Queremos Bolsonaro presidente do Brasil”.

 

“Minha mãe, como boa católica, botou um dos meus nomes de Messias, mas eu não sou o salvador da pátria. Quem vai salvar essa pátria somos todos nós”, disse Bolsonaro no começo de sua fala, logo depois de ter a candidatura confirmada pelo presidente do PSL em exercício, Gustavo Bebianno.

 

Sem o apoio de outras siglas, fato que foi tratado como virtude por Bolsonaro e seus correligionários, o deputado federal ironizou o apoio de partidos do chamado “centrão” ao adversário na corrida presidencial, Geraldo Alckmin (PSDB). Ele agradeceu Alckmin “por ter reunido a nata do que há pior do Brasil ao seu lado”.

 

Em outro momento da fala, enquanto narrava sua trajetória pessoal sem esconder que ficou preso 15 dias no Exército, Bolsonaro chamou o PT de “facção”.

 

O pré-candidato disse que quer ser presidente por sua filha de 7 anos e pelas “crianças do Brasil”. Tendo pior votação entre o eleitorado feminino, Bolsonaro também disse: “todos nós viemos do ventre de uma mulher. Se não fosse por elas nós nem existiríamos”.

 

O candidato do PSL também citou passagem da Bíblia em que Jesus disse aos judeus que criam nele: “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Ainda no contexto religioso, o candidato se declarou “cristão”, disse que sua mulher é evangélica e que os dois “se dão muito bem, graças a Deus”.

 

Após citar o versículo, o candidato disse que o Brasil precisa da “verdade” e “não precisa de centrões, não precisa de marqueteiros, não precisa de demagogos e populistas”.

 

“Extinguir as estatais”

 

Flertando com um discurso de austeridade, Bolsonaro também afirmou que quer “governar pelo exemplo” e prometeu comer “arroz, feijão e ovo” no Palácio do Planalto. “Um ovo e uma lagosta vão ocupar o mesmo espaço no meu estômago”.

 

Em um partido que se diz liberal e defende no estatuto uma interferência menor do Estado na economia, Bolsonaro apoiou as privatizações, contrariando posicionamentos antigos que teve durante a trajetória parlamentar. “Queremos mais que privatizar, queremos extinguir a maioria das estatais. Vamos preservar as mais estratégicas”, prometeu.

 

Bolsonaro se disse feliz, mas “preocupado” com a “enorme responsabilidade que recai sobre nossos ombros”. “Esse peso será dividido com vocês”, discursou.

 

Ditadura e união

 

O candidato e ex-militar elogiou Roberto Marinho, falecido fundador das Organizações Globo, pela capa de O Globo de 1964, já retratada pelo jornal, em que o periódico elogiou a “revolução de 1964” pela “preservação das instituições democráticas “. A tomada de poder pelos militares deu início a uma ditadura de mais de 20 anos no País.

 

Já no trecho final de seu discurso, porém, Bolsonaro pregou a união. “O Brasil não aguenta mais 4 anos de PT ou PSDB. Vamos unir esse Brasil, brancos e negros, vamos unir homos e héteros, trans também, porque cada um faz o que quiser, seja feliz, vamos unir nordestinos e sulistas, unir ricos e pobres, unir patrões e empregados, porque um precisa do outro, sim”, discursou o candidato. “Vamos revogar a lei das palmadas”, prometeu em seguida.

 

O candidato, apesar de negar o título, terminou com um discurso messiânico e adotando seu bordão que valoriza a religiosidade. “Deus não chama os capacitados, capacita os escolhidos”, disse. “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, bradou Bolsonaro, antes de tirar uma “selfie” com seus apoiadores.

 

Em meio à chuva de fotos, Bolsonaro voltou a tomar no colo uma criança e a estimulou a fazer o gesto de uma arma, atitude do candidato que gerou polêmica nos últimos dias.

 

O candidato se emocionou com a recepção calorosa de seus partidários e chorou quando foi executado o hino brasileiro. Muitos apoiadores tinham as cores verde e amarela e estavam com bandeiras do Brasil. Uma bandeira de Israel também foi estendida no local.


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