Adolescente que ajudou garoto a assassinar avó é agredido em Unei: 'Chegou falando que matou velhinha', diz polícia

Caso teria gerado revolta nos outros internos. Um deles, tinha tomado remédio, passou mal e foi levado ao médico, por isso não estava no local no momento das agressões.


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G1/MS

O adolescente de 17 anos, envolvido na morte da professora aposentada e sindicalista Maria Ildonei Lima Pedra, de 70 anos, foi agredido na Unidade Educacional de Internação (Unei) Dom Bosco, em Campo Grande. Na ocasião, conforme a polícia, ele e o outro suspeito, que é neto da vítima, chegaram no local dizendo que "mataram uma velhinha de 70 anos".

 

"Os agentes trouxeram o adolescente, dizendo que eles chegaram lá falando desta maneira e isto gerou revolta nos outros internos. Um deles tinha tomado um remédio e passou mal, sendo levado ao médico. Já o outro, que é comparsa do neto, foi agredido e ameaçado por cinco internos, sendo quatro adolescentes e um suspeito de 18 anos", afirmou ao G1 a delegada Ariene Murad Cury, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude (Deaij).

 

O fato ocorreu na última sexta (14) e o adolescente agredido prestou depoimento no mesmo dia. "O caso ocorreu no período matutino e depois ele foi levado para delegacia. O menino vai permanecer isolado. Já os envolvidos vão responder por lesão corporal e ameaça, pois também ameaçaram de morte os adolescentes", comentou a delegada.

 

Investigação

 

Desde o 1° dia de buscas, a investigação tinha a informação de dois envolvidos no crime. "Testemunhas viram eles saindo da casa da vítima. Ela tinha o costume de dormir cedo, estava de pijama e com o ar-condicionado ligado, além da cama desarrumada. Eles então a chamaram no portão, entraram, conversaram por um tempo e acabaram cometendo o crime. Em seguida, tiveram o cuidado de fechar a casa e levar as chaves", explicou Giulliano Carvalho Biacio, que conduziu as investigações na 6ª Delegacia.

 

Confissão do neto

 

Em um primeiro momento, o menino negou envolvimento no crime. "Ele negou por um dia, porém, quando viu que a investigação chegaria até eles, o familiar confessou o crime para os pais. Não houve muita resistência e os dois acabaram confessando. Para a família, é uma dor e tragédia sem tamanho", avaliou o delegado.

 

Crime premeditado

 

Durante coletiva à imprensa, na 6ª Delegacia de Polícia, o delegado ressaltou que os jovens premeditaram o crime por meses e a motivação seria, simplesmente, a vontade de matar: "Eles se autointitulavam 'psicopatas' e estudavam o assunto na internet e em revistas. Os dois se encontraram na escola e um comentou com o outro, 'acordei com vontade de matar alguém', esse concordou e, ao longo do dia, eles decidiram como fazer", explicou na ocasião.

 

As investigações foram concluídas nessa quinta-feira (13) . Segundo o delegado,eles foram à casa da aposentada e um deles, que havia trazido uma faca de casa, desferiu com ela um golpe contra o pescoço da idosa. Em seguida, o familiar pegou a mesma faca e golpeou-a no abdômen.

 

Os jovens ainda levaram luvas de látex e máscaras: "Eles usaram as luvas para poder fazer essa limpeza, foram no quarto, mexeram nas roupas, quebraram o celular da vítima e jogaram debaixo do sofá, e levaram máscaras, para, no caso de haver algum vizinho ali fora, eles pudessem sair sem serem identificados", disse.

 

Crucifixo, terço e taças gravadas com sangue

 

De acordo com o delegado, após o crime, os jovens tentaram deixar uma espécie de 'assinatura': "Eles colocaram um crucifixo [sobre o corpo da vítima] e os terços. Em seguida pegaram duas taças, e segundo eles, gravaram com o sangue da própria vítima o número '31' em uma, e '8' na outra, representando a data da morte", conta.

 

À polícia, os menores disseram que após o crime, "trocaram de roupa e foram para o shopping". Um deles, que vinha sendo ouvido, confessou o crime aos pais e foi levado à delegacia por eles. O outro foi encontrado em casa: "Os meninos são muito inteligentes, mas são frios", afirmou o delegado.

 

Por serem menores, a investigação agora será encaminhada para a Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude (Deaij). Uma perícia também deve avaliar a sanidade mental dos jovens. Os dois menores foram recolhidos à Unidade Educacional de Internação (Unei), em Campo Grande.

 

Entenda o caso

 

A professora aposentada Maria Ildonei Lima Pedra, de 70 anos, foi encontrada morta na cozinha da casa dela, no Jardim Leblon, em Campo Grande, por volta das 19h30 (de MS), do dia 1° de setembro.


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