Cão baleado em tiroteio espera mais de 20 horas por cirurgia

Durante a ação outros dois PMs também foram baleados


PUBLICIDADE

TOPMIDIA NEWS

O cachorro Cadu, baleado no Jacarezinho, na Zona Norte do Rio de Janeiro, conseguiu atendimento veterinário após esperar 20 horas por atendimento. Segundo a moradora que o socorreu, o cãozinho foi levado novamente à Sociedade União Internacional Protetora dos Animais (Suípa) que inicialmente teria se negado a abrir as portas para ele.

 

No entanto, a confeiteira Juliana de Mel, de 25 anos, contou que uma equipe de reportagem passou naquele momento em frente ao local, em Benfica. Ela frisou que, com a ajuda da imprensa, a Suípa enfim aceitou internar o cãozinho.

 

— Muito obrigada por ter ajudado! Quando eu cheguei lá, a Suípa não quis abrir. Falaram que eles estavam de folga, que não tinha médico e que eles não iam atender. Enquanto isso, uma TV estava passando por lá também. Por causa da imprensa, eles abriram, já deram atendimento pro Cadu. Agora ele está internado — disse a moradora, que estava desesperada em busca de um profissional que socorresse o cachorro.

 

Duas veterinárias da Suípa prestaram os primeiros socorros ao animal, com idade estimada em dois anos e meio. Cadu estava com parte do organismo exposto e precisa de uma cirurgia. As profissionais que o atenderam, no entanto, não têm essa especialização. Na segunda-feira, segundo Luciana Teles, ele será submetido a exames complementares com o objetivo de ser operado.

 

— Ele chegou hoje na parte da manhã. A moça que o trouxe disse que ele está baleado desde ontem (sábado), só que quando ela veio buscar atendimento a clínica já estava fechada por que nós temos um horário de abertura e de fechamento. A Suípa não funciona 24 horas. Ela aguardou até hoje e trouxe o animal. Ele está com a região abdominal perfurada. Sei que hoje não temos Raio X e nem cirurgião disponível. Nós somos veterinárias de plantão no abrigo dos animais acolhidos. O que fizemos foi estabilizar o animal. Passamos uma medicação para dor, um soro intravenoso com antibiótico e anti-inflamatório e um curativo de compressão. Isso para que amanhã ele possa fazer exames complementares — explicou Luciana, que prestou a atendimento junto com a veterinária Raquel Sampaio e o enfermeiro Jânio Alexandrino.

 

O animal ficou agonizando por quase 20 horas após ter sido atingido por uma bala perdida na comunidade, apesar de todas as tentativas dos moradores para buscar atendimento. Segundo eles, um veterinário lhes cobrou R$ 3 mil pela operação. Sem terem condições de pagar, o levaram para a Suípa pela primeira vez ainda no sábado, mas já estava fechada. Depois tentaram uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Ainda que os médicos não pudessem operá-lo, forneceram material para estancar a hemorragia.

 

— Ligamos para alguns veterinários ontem, sendo que eles cobraram muito caro de R$ 1 mil a R$ 3 mil — disse Juliana, acrescentando que o cachorro foi atingido durante um forte tiroteio no Jacarezinho. — A galera aqui comprimiu a ferida e deu soro. O sangrameto parou, mas hoje de manhã voltou a sangrar. Ele ainda está vivo, mas está muito agoniado — dissera a jovem, pouco antes da internação.

 

A saga para encontrar alguém que pudesse atender o cachorro incluiu os moradores deixando suas casas em meio ao tiroteio deste sábado.

 

— Fomos lá na Suipa de noite, mas estava fechada. Enfrentamos tiroteio para poder conseguir ajuda. Fomos na UPA, mas uma médica falou que não sabia operar cachorro, que ela não podia ajudar, mas mesmo assim conseguimos gazes, ataduras para poder comprimir o ferimento — relatou.

 

Embora Cadu seja um cachorro de rua, ele recebe cuidados dos moradores, que se preocupam com o cãozinho, contou a confeiteira.

 

— A gente compra remédio pra carrapato, a gente dá comida. O pessoal aqui da comunidade ajuda, cada um faz o que pode. Eu tenho uma confeitaria, vendo bolo, salgado, doce, essas coisas. Não tenho R$ 3 mil pra poder ajudá-lo agora a fazer uma operação.

 

Segundo a Polícia Militar, policiais faziam um patrulhamento na comunidade quando foram alvo de criminosos armados na tarde deste sábado. Dois PMs foram baleados e socorridos no Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, também na Zona Norte. Após a ocorrência, policiais do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) e do Batalhão de Choque iniciaram uma operação no local.

 


Nos siga no




PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE